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Anti-Racismo Latino-Americano numa Era Pós-Racial - LAPORA

 

Centro Profissional Indígena Para Conselhos, Defesa e Tradução A.C. (CEPIADET): A formação de intérpretes indígenas para um acesso difícil à justiça 

A revolta zapatista marcou o fim do indigenismo e, junto com ele, um divisor de águas nas formas de se relacionar com o estado pelas organizações indígenas. A constituição mexicana visava conceder reconhecimento em termos culturais à população indígena. A criação de instituições como a Coordenação Geral de Educação Intercultural e Bilíngue (CGEIB) e o Instituto Nacional de Línguas Indígenas (INALI) tornou-se uma referência do que seria a política intercultural no México, colocando as línguas indígenas no centro de suas preocupações. Em paralelo e também na primeira década do século XXI, por um lado, são geradas universidades interculturais e, por outro lado, há um investimento de fundos internacionais na educação formal de estudantes universitários indígenas. Os acima mencionados estabelecem novas organizações de profissionais indígenas, cujas preocupações se concentram na promoção, recuperação, estudo ou uso das línguas nativas para um acesso decente às áreas de saúde ou justiça. É o caso da organização CEPIADET (Centro Profesional Indígena de Asesoría Defensa y Traducción), localizada no Estado de Oaxaca e cujo trabalho se concentra na formação de intérpretes indígenas no estado e no fortalecimento dos sistemas regulatórios internos da população indígena de Oaxaca. Esta organização é composta por profissionais indígenas focados em advocacia, comunicação e educação. Uma de suas características é que a maioria de seus membros são falantes de alguma língua indígena. Portanto, um dos interesses do projeto Lapora é analisar como a tarefa de formação de intérpretes indígenas contraria o racismo e como o discurso de discriminação (ou racismo) é utilizado pelos membros da CEPIADET no desempenho profissional de seu trabalho.