O caso de apelo público pelo estado mexicano à sra. Hñähñu jacinta francisco marcial: o alcance e os desafios dos direitos humanos para o combate ao racismo.
Em março de 2006, seis agentes da antiga Agência Federal de Pesquisa (AFI) retiraram de seus pertences vários comerciantes indígenas Otomi (hñähñus) de Santiago Mexquititlán, Estado de Querétaro, sob o pretexto de realizar uma busca. As seis AFIs se retiraram do site garantindo que pagariam os danos. Meses depois, a Sra. Jacinta Francisco Marcial, Alberta Alcántara Juan e Teresa González Cornelio são levadas com decepção a Querétaro e presas, acusadas de raptar as seis IFAs. Estes foram condenados a mais de vinte anos de prisão pelo crime de sequestro. O Centro de Direitos Humanos Miguel Agustín Pro-Juárez recorreu a seu caso e utilizou suas redes internacionais para que, no caso da Sra. Jacinta Francisco Marcial, fosse exposta como prisioneiro de consciência pelo estado mexicano. Depois de pouco mais de três anos, a Sra. Alberta, Teresa e Jacinta foram liberadas, no entanto, a Procuradoria Geral da República (PGR) se recusou a reconhecer que ela cometeu a justiça em violação dos direitos humanos dessas três mulheres. Portanto, durante 2010 e 2011, a Sra. Jacinta Francisco Marcial decidiu exigir a reparação do dano e, acompanhada pelo Centro de Direitos Humanos, processou o estado mexicano. Uma vez que a PGR se recusou a reparar o dano, o Tribunal Federal de Justiça Administrativa determinou que a PGR agiu irregularmente e que, portanto, o Estado teve que reparar o dano à Sra. Jacinta e oferecer um pedido público de desculpas. Neste ato, pela primeira vez e por meio de um funcionário público, o Estado reconhece que cometeu um ato de “discriminação racial” contra essas três mulheres. Portanto, o projeto Lapora procura investigar com este caso, o alcance e os desafios dos direitos humanos na luta contra o racismo no México e os efeitos de nomear essas práticas de opressão como racismo e não apenas, através do conceito de discriminação.
